terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

SOBRE OS SONETOS DE IVERSON CARNEIRO

por Manuel Gomes*
em Niterói, 12/05/1991



SONETOS EM FÉ MAIOR
2ª edição, revista e ampliada


PREFÁCIO À 2a EDIÇÃO

É com honra que falo de IVERSON CARNEIRO. O Iverson acaba de lançar seu livro de sonetos, o que foi para mim uma surpresa. Porque ele é um típico poeta da geração 70, ou seja, ele é um poeta pop. Há 15 anos ele “aperta um” lance pop, sintético, com insights instantâneos e sacações lisérgicas. Portanto, é certo dizer que a poesia do Iverson tem o brilho da geração alucinada que a gente vê no vídeo da Ana Maria. Ele pintou quando Chacau, Leminski, Chico Alvim, Leila Míccolis e outros já despontavam por essas trilhas.
E então ele me aparece com um livro de sonetos. Soneto, cara?! O Iverson?! Tá de sacanagem?! Tá virando sério aquele PL? (nota: PL é porra louca, não é Partido Liberal, não).
Eu, que o conheci com Valente Júnior, em 85, não acreditei que ele publicaria um opúsculo de sonetos. Babaquice a minha. Tão aí sonetos bonitos e isto está claro para quem os lê. Sonetos que, apesar de resgatarem a forma clássica, são produtos pós-desbunde, sonetos pós-Woodstock, lirismo pós-Farol da Barra, preto e branco na era collorida. Iverson Carneiro em pele e alma de lobo. Vate faceiro, caboclo punheteiro, romântico em desbunde, socialista mameluco, cabeça de bugre maluco, torquatofônico assaz.
Qualhera dos 15 anos – debutante poesia. – Que Machado, Oswald, Nelson, Glauber, Augusto dos Anjos, Torquato e Leminski o saúdem neste momento. Eu só aplaudo.
PS. Os sonetos do Iverson vão do maxixe ao haxixe.



*Manuel Gomes é poeta, compositor e jornalista

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