domingo, 26 de setembro de 2010

POLEM

POLEM de Aniversário de EDUARDO TORNAGHI
e LUIZA STELA

Onipresença lírica-poética-musical
INSTINTIVA LAVANDA e BLAKE RIMBAUD

POLEM FESTANÇA DOS DEUSES
celebração de gregos, troianos e todos os seres

Local:Quiosque ESTRELA DE LUZ - Av. Atlântica, em frente ao Restaurante La Fiorentina - Posto 1 da Praia do Leme

Dia 29/09
a partir das 19 horas


terça-feira, 17 de agosto de 2010

CINEMA

Depois de arrebatar platéias em Cannes, Gramado e Paulínia (onde conquistou 7 prêmios, entre os quais o de melhor filme pelo júri e pelo público), a pré estreia do filme 5XFAVELA Agora Por Nós Mesmos, no Cine Leblon, na última 2ª feira, foi incrível. Entre outros, marcaram presença Caetano Veloso e Paula Lavígne, Djavan e mulher, Daniel Filho, Olívia Byington, Regina Casé, Ângelo Paes Leme, Lu Grimaldi, Zezé Mota, Tony Garrido, Luana Piovanni, Jonathan Haagenzen, Jorge Mautner, Ruy Guerra, além de todo o elenco do filme. Elogiado por onde passa, o filme, que é dirigido pelos jovens cineastas Manaíra Carneiro e Wagner Novais (FONTE DE RENDA), Cacau Amaral e Rodrigo Felha(ARROZ COM FEIJÃO), Luciano Vidigal (CONCERTO PARA VIOLINO), Cadu Barcellos(DEIXA VOAR) e Luciana Bezerra (ACENDE A LUZ), vai iniciar sua carreira no circuito comercial no próximo dia 27/08, em diversos cinemas de Rio, Sampa e Brasília. Imperdível.


sábado, 17 de julho de 2010

POESIA


BRINCADEIRA DE CRIANÇA


a Denizis e Cairo Trindade erês em forma de poesia

Curumim Cairo
diz pra cunhatã Denizis:
ama-me.
E cunhatã Denizis
beija-lhe
a pontinha do nariz.

Cunhatã Denizis
diz pra curumim Cairo:
ama-me.
E curumim Cairo
beija-lhe
o umbigo.

Curumim Cairo
diz pra cunhatã Denizis:
ama-me
até os joelhos.
E curumim Denizis
atende-lhe o pedido.

E ambos dizem:
Ama-me! Ama-me!
E bebem-se
entre os joelhos
e o umbigo.

E na profusão
deste amor in verso,
erês se acoplam
e reproduzem
poesia.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

POESIA




CALDEIRA DO DIABO



Estive,
tempo passado,
na caldeira do diabo
da paixão;
sem pergaminho,
nem contrato assinado
a me dizer do retrato
rasgado, queimado,
sem ida nem volta.

Estou,
tempo presente,
leve, sol poente,
ainda sem pergaminho,
apenas carinhos e beijos,
desejos em paz,
corpo saciado,
certezas de uma paixão
que virou amor.

Estaremos,
tempo futuro,
sem rédeas nem muros,
com um pergaminho
de cinzas
e em cinzas (re)feitos,
sem olhar e poesia,
anti-testemunhas silenciosas
das novas gerações.

Quem dera o poema
dos tempos dos verbos,
veleiros incertos
de velas e versos,
nos dessem as respostas
que nos dispensassem
da vida e da morte,
dos pergaminhos
e da caldeira da paixão.

Rio, 10/05/2010

CINEMA BRASILEIRO

5XFAVELA: VITÓRIA CARIOCA EM CANNES

Ás vésperas de seu septuagésimo aniversário, Carlos "Cacá" Diegues trouxe para o 63º Festival de Cinema de Cannes um filme que ataca, derruba e vence um dos maiores pontos fracos do cinema nacional: a direção de ator. "5x Favela, agora por nós mesmos" presenteou os espectadores da platéia de críticos com atuações construídas com esmero exemplar para o padrão de um longa-metragem dirigido por iniciantes.
Há sete diretores no projeto, que é irregular em sua essência, como qualquer outro filme em episódios.
Dos cinco, pelo menos um é para aplaudir de pé e pedir bis: "Deixa voar", de Cadu Barcellos. "Acende a luz", de Luciana Bezerra não fica muito atrás, dando devido destaque a um intérprete de recursos cômicos fartos: Márcio Vito, que, por pouco, não merece o posto de o melhor elemento do filme coletivo. Ele perde para o jogo gracioso que os cineastas Manaíra Carneiro e Wagner Novais fazem com um velho mestre: Hugo Carvana, estrela do segmento "Fonte de renda".
Embora protagonizado por um inspirado Silvio Guindane, "Fonte de Renda", no qual um estudante da Zona Norte busca meios para pagar sua faculdade de Direito, traz Carvana como um velho policial. O diretor de "Vai trabalhar, vagabundo" vive o padrinho do personagem de Guindane. Com poucos gestos, Carvana traduz o código de ética dos que vivem em comunidades distantes da Zona Sul maravilha. É um homem que pede licença, fala pouco e dá bronca feroz sem alterar o volume de sua voz. A delicadeza com que Carvana cria um tipo que pega o nosso coração e não larga é facilitada pela dedicação de seus diretores.

Mesmo que o desempenho de Carvana e de Márcio Vito seja norte no tipo de interpretação apresentada pelo filme, que tem Cacá Diegues como produtor, todos os demais atores fazem o dever de casa com empenho e, tratando-se de uma ficção, isso já é meio caminho andado para produzir empatia, coisa que o novo "5x favela" produz. Essa empatia, entretanto, não veta as debilidades que certos episódios têm em sua ingenuidade excessiva. Mesmo assim, o saldo final de gols marca uma vitória carioca em Cannes, onde o longa está sendo exibido hors-concours. É um presente indireto para celebrar os 70 anos de Cacá com festa.
Mesmo assim, "5x favela" podia ter tido uma sorte melhor num aspecto: o longa chegou aqui no momento em que Cannes está mergulhada numa polêmica. "Copie conforme", o novo filme de Abbas Kiarostami na briga pela Palma de Ouro, rachou opiniões severamente, chegando a ser vaiado. Como Kiarostami é encarado como um deus por parte da crítica, centenas de jornalistas furaram a sessão do projeto trazido por Cacá Diegues para ver o debate de Kiarostami. Isso fez com que a sessão para a imprensa da produção brasileira ficasse esvaziada, sem condições de avaliar sua repercussão com a devida propriedade. Mesmo assim, risos e lágrimas foram ouvidos, embora tudo com muita parcimônia.

blog do bonequinho

sábado, 23 de janeiro de 2010

POEMA DE JOZILDO DIAS PAREDES



BROKEM WINDOWS


Haitiado de escombros,
poeiras visitam um Porto Príncipe
em trabalho de parto.

Onde Geraldine Scown, sequer suspeita,
cotas de empregos, ou vagas na USP.
À ela, cotas de marines e a Minustah, da ONU.
À ela, cotas só de não horizontes
expandindo-se como vírus
numa África aidética e preta.

Scown em seus 24 anos, não lembra, de um Haiti parido em 1803
com a negrada guerreira, pondo a correr os bleus de Napoleâo,
ela não desconfia, desde lá, toda Europa odeia o Haiti:
onde se viu, pretos subumanos, derrotar, tão impávido exercito?
Parteiros de um país
eram os negros cativos,
blasfemando contra um eurocêntrico Deus:
Pátria! Pátria! Pátria!

Por tras de sua janela quebrada. pó e farelo de escombros,
não sabe o que se passou.
Sob a parede que esmaga a geladeira
seu futuro outrora num sem perspectivas
congelado no porta verduras,
agora se esvai num degelo de morte,
fundindo-se à desgraça de filhos, marido e parentes, triturados.

Foram 30 hiroshímicas ogivas,
agitando num sacode de furiosas tectônicas,
um Haiti sem chão, evaporando-se.

O arroz que tantas vezes mastigou, comprado
no "Hell's Kitchens" plantados nos campos do Sul,
pelas mãos brancas da ku klux kan,
São pragas na lavoura dos campos haitianos,
toneladas e toneladas vendidas a módicos preços
até sua mesa e seu prato.

Fizeram zumbis,
negros empanturrados do branco arroz branco.

Ingenua Geraldine,
como a paisagem do Parc la Paix,
a ficha,não lhe caiu:
O aço da vértebra da falange de 1803.
foi terrivelmente dobrado,
por subsidios agricolas aos ruralista do sul.

Longamento condedido,
negramente confirmado
por Obama.

Os aspirantes pretos a cidadãos hatianos foram,
um a um, como uma boneca "Barbie", desmontados.

Veto contra a cidadania,
arroz contra a revolução,
arroz contra a democracia,
ONGs contra o Estado.

Também!