ENTREGADOR DE JORNAL
Lá vem ele,
com uma calma
que é só dele.
O carrinho (cheio de jornais)
treme sobre
as pedras portuguesas.
E o jornal
chega, cheirando
a notícia nova.
SEM FALA
O nada
em que me escondo,
que parece pedra,
é verbo.
E o verbo,
feito pedra,
me ensangüenta
a face.
Não tenho,
por testemunha,
nenhuma pedra,
só verbo.
E verbo não fala,
fala-se por ele.
E a pedra,
muda.
Iverson Carneiro
Rio,12/11/2009
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